03 agosto 2010

Juizados Especiais em aeroportos estreiam com pé direito. Imaginem a demanda em 2014.

Os juizados especiais instalados em três aeroportos do país registraram pelo menos 39 reclamações até o início da noite desta terça-feira (3), segundo dia de atrasos envolvendo os voos da Gol, de acordo com levantamento parcial feito pelo site G1.
Na segunda-feira (2), pelo menos 84 reclamações foram registradas até o início da noite em cinco aeroportos. Segunda-feira foi o primeiro dia de atrasos sisgnificativos desde a instalação dos juizados.

Os juizados começaram a funcionar no dia 23 de julho nos aeroportos de São Paulo (Congonhas e Guarulhos), Rio (Tom Jobim e Santos Dumont) e Brasília (Juscelino Kubitschek), para solucionar problemas de passageiros referentes a atrasos e cancelamentos de voos e extravio, violação ou furto de bagagem, sem a necessidade da presença de um advogado.

O juizado especial instalado no aeroporto internacional Juscelino Kubitschek, em Brasília, registrou 23 reclamações até as 18h desta terça-feira (3). Segundo o juizado, 10 das queixas eram relacionadas aos atrasos nos voos da companhia. Na segunda-feira, até as 18h, o juizado tinha registrado 33 reclamações, das quais 22 relacionadas à Gol.

Até as 18h desta terça-feira, o Juizado Especial instalado no Aeroporto de Congonhas, na Zona Sul de São Paulo, havia registrado seis reclamações de passageiros contra as companhias aéreas que operam nesse terminal. Cinco delas foram contra a Gol, por atrasos e cancelamentos de voos. Em Guarulhos, até as 19h, foram registradas dez reclamações, com dois acordos.

Dos seis reclamantes de Congonhas, quatro entraram em acordo com a Gol. “A Gol está fazendo a parte dela no que se refere a transporte, alimentação ou hospedagem. Só não há o acordo aqui no Juizado Especial quando o reclamante quer ser indenizado por dano moral”, disse a advogada e conciliadora do juizado Mônica Cabral.

Um passageiro da Gol recusou o acordo, por exigir o ressarcimento por dano moral devido ao atraso. O carpinteiro Juscelino Freitas Machado, de 51 anos, passou horas em aeroportos desde a noite de domingo, quando embarcaria pela Gol de Rio Branco, no Acre, com escalas até Bauru, no interior de São Paulo, onde tinha uma consulta marcada com um dermatologista às 8h desta terça-feira.
Machado foi ao Juizado Especial para tentar um acordo para que a Gol fornecesse transporte direto do aeroporto de Bauru para a clínica onde tinha consulta. No entanto, não houve tempo nem para registrar a reclamação. Com os atrasos, ele saiu de Belém às 3h de segunda-feira (2) e ainda ficou horas em Brasília, conseguindo chegar a São Paulo apenas nesta terça.
A Gol já havia conseguido a transferência dele para um voo da Pantanal que partiu de Congonhas às 17h. “Eles (da Gol) me falaram que não podem me deixar no hospital. Mas agora tenho de correr para pegar o outro vôo”, disse.

Em nota divulgada ainda na segunda-feira, a Gol informou que os atrasos foram reflexo do intenso tráfego aéreo na sexta-feira (30), quando a empresa teve de transferir algumas partidas programadas do Aeroporto de Congonhas, na capital paulista, para o aeroporto de Guarulhos, na Grande São Paulo.
Fonte: http://www.g1.com.br/ 03/08/2010.